Meu último post foi sobre um aparelhinho que promete levar a música até o útero, fazendo o bebê escutar. Recebi alguns comentários sobre o assunto, algumas pessoas informando que o bebê escuta música sem precisar de aparelho nenhum colado na barriga. É verdade! O bebê, a partir da 21ª semana de gestação, consegue sentir algumas vibrações sonoras, que vão ficando mais nitídas com a evolução da gestação. Não quero com isso dizer que a partir desse instante o feto passa a ouvir tudo, alto e claro. Não é assim que a natureza age. Mas é a partir daí que, gradativamente, ele começa a ouvir. Estabelece-se, então, o inicio da experiência no universo sonoro intra-uterino.
A partir daí, o bebê começa a ouvir alguns sons, mas não os que nós escutamos aqui fora. Ele ouve, por exemplo, o batimento cardíaco da mãe, os sons produzidos pelo estômago e intestino da mãe, os sons da digestão da mãe, as articulações do esqueleto e por aí vai. Já pensou? Que melodia? Mas ele não escuta esses sons o tempo todo não. A natureza não permite. O bebê em gestação tem um ciclo de sono e vigília característico: dorme, em média, de 18 a 20 horas por dia, em períodos indefinidos.
Os sons externos chegam a ele sim, mas precisa de um volume elevado para que deixe de ser apenas um ruído e chegue em forma de música, por exemplo. Por isso, o mercado está cheinho de aparelhinhos como esse, que prometem levar o som direto ao bebê dentro da barriga da mãe, de forma mais nítida.
O mais legal dessa pesquisa que fiz, foi descobrir que o som que o bebê mais distingue, quando está na barriga, é o da VOZ HUMANA. Principalmente a da MÃE!! Quando a gestante fala, o som de sua voz se sobressai de todo o ruído de fundo que chega ao feto. A voz que se aproxima do ventre materno, principalmente nas últimas semanas de gestação, também tem grande abrangência e alcance.
O bebê consegue ouvir a voz da mãe nas suas características particulares de ritmo, entoação, variação de freqüências e timbre, mas não é possível distinguir a articulação das palavras. Para que se ouça a palavra articulada é necessário que haja ar entre o emissor e o receptor, o que não acontece com o feto. Ele está no líquido amniótico. Então ele ouve a voz, mas não a palavra. Legal né?
Bom, agradeço aos que comentaram esse post, em forma de crítica ou mesmo para tirar dúvidas. Foi muito legal pesquisar sobre o assunto e descobrir coisas tão interessantes!!
Ah! Recebi um comentário também de alguém reclamando que eu chamei as grávidas de "buxudas". Por favor, não pensem que foi falta de respeito! Sou nordestina, com muito orgulho, e na minha região é comum dizer que a mulher não fica grávida e sim BUXUDA!!!!
Bjocas!